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Como vamos falar de carreira com os jovens que tem como inspiração e referências “Virginias”?

Respondendo o post da consultora de carreiras Eliane Rodrigues Espinha.


Meu comentário: O mundo está mudando e a forma de girar a roda também. Acho muito relevante repensarmos sobre inteligência e forma de desenvolver pessoas. Vejo muitos jovens inibidos de seu potencial, sendo rotulados e embalados em padrões. Acho maravilhoso ver pessoas "comuns" ganhando visibilidade e conquistando seus sonhos sem depender de "politicagem". Apenas mostram quem são e se conectam com quem se identifica. A única questão que considero urgente é a maturidade no que comunicar e no impacto que a sua comunicação pode influenciar nas pessoas. É necessário muita responsabilidade quando se trata de se conectar com seres humanos. E para esses influenciadores, além de indicar que "busquem conhecimento" (como diria aquele meme - risos), busquem também autoconhecimento para não caírem na cilada de confundir o virtual com a vida real. Acredito que os jovens não precisam dos nossos limites (da geração mais antiga), eles precisam de apoio para garantir um desenvolvimento mais saudável. Conexão e diálogo é a chave para isso.



Brasil tem mais influenciadores do que dentistas e engenheiros civis.

Por aqui já temos mais de 500 mil influenciadores digitais, superando os 374 mil dentistas formados, 455 mil engenheiros civis e quase empatando com os médicos, que somam 502 mil. Fonte: the news

Não me impressiona o fato dessa carreira meteórica movimentar bilhões. O que me deixa muito chocada é ver que os principais influencers são pessoas que não geram conteúdo nenhum.

De tanto ouvir falar da Virginia que tem mais de 37 milhões de seguidores, decidi seguir o perfil dela no Instagram por umas 2 semanas na expectativa de entender melhor o que de fato ela faz.

E para minha surpresa continuo sem entender. Virginia não tem uma história no esporte, não é atriz e nem cantora, não lançou nenhum livro, não foi apresentadora de TV e nem mesmo é ex-bbb. Ela simplesmente divulga o dia-a-dia. Acorda às 10 horas, faz uma dancinha do TikTok, toma um café, pega o bebê no colo e faz mais uma dancinha, vai fazer massagem ou pilates, depois umas comprinhas, no almoço o cardápio é esse e pra fechar a noite com jantar especial e mais uma dancinha do TikTok....uffa, até cansei porque o dia foi bem cheio.

Não tenho nada contra a Virginia e muito menos contra o estilo de vida dela, confesso que até fiquei encantada pela família e vida perfeita que ela tem. Não deve ser fácil ter que fazer publicidade até mesmo no hospital enquanto estava internada.

No ano passado esse mercado recebeu R$ 1,43 bilhão em investimento publicitário. Dinheiro que circulava em outras mídias pouco tempo atrás.

Não temos como negar que ser influencer digital é a carreira do momento. Antes exercida por celebridades famosas que já tinham uma trajetória profissional, agora por pessoas comuns que inspiram e criam essa conexão com o público.


Onde quero chegar com toda essa reflexão é como vamos falar de carreira com os jovens que tem como inspiração e referências “Virginias”?

Bom mesmo seria se estivéssemos formando mais engenheiros, médicos, dentistas, professores, cientistas e que esses virassem os influencers milionários de referência não é mesmo?


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